Aproximando-se as Festas de São João, momento primordial da celebração coletiva bracarense, damos continuidade aos nossos Percursos Brácaros com uma visita guiada digital à Capela de São João da Ponte. Depois da bem-sucedida visita digital à Capela de Guadalupe, a JovemCoop e a Braga Mais juntam-se novamente com o propósito de dar a conhecer o património bracarense.
Esta iniciativa, realizada em parceria com a Junta de Freguesia de São Victor e com a Paróquia de Santo Adrião, decorre este sábado, 20 de Junho, a partir das 10h30, com o propósito de dar a conhecer a história e o património deste templo tão especial para os bracarenses. A visita pode ser acompanhada a partir da página da JovemCoop no Facebook.
A Capela de São João da Ponte é um dos
ícones das sanjoaninas bracarenses.
Edificada em 1616, surge no preciso local onde decorria o epicentro das celebrações em honra de São João Baptista
na cidade de Braga.
A corrida do porco preto, citada pelo menos desde
o século XVI, atraía então as atenções populares e
concentrava toda a dinâmica dos festejos. A proibição da incorporação da Bandeira da Cidade, com
a representação de Nossa Senhora, na Corrida do
Porco Preto, ocorrida em 1614, acabaria por ser
o mais que provável fundamento para a construção da capela. Dizem as atas municipais que em
substituição da Bandeira se deveria celebrar uma
eucaristia antecedendo a corrida, talvez para acalmar os acicatados ânimos que precediam a competição. No ano seguinte já se falava da ermida
“que se fazia à Coutada dos Arcebispos”.
Apesar
do desaparecimento da célebre Corrida do Porco
Preto, a Capela continuou a ser um dos epicentros das seculares celebrações bracarenses a São
João Baptista, realizando-se no seu entorno uma
“grande feira anual” a 23 e 24 de Junho.
Espaço de memória e de memórias, muitas delas
associadas inevitavelmente aos festejos sanjoaninos, a valia desta capela não se mede pela sua
qualidade artística, mas pela importância comunitária de que se reveste para os bracarenses.
A capela tem uma arquitetura singela, com dois
campanários e um alpendre, tendo sido reformada
provavelmente nos finais do século XVIII e início do
seguinte. Na verga da porta principal do templo é
observável a data da sua construção: “ANNO DE
1616”. Localizada junto a uma das principais saídas
da cidade, a estrada para Guimarães, a capela adquiriu o nome em referência à ponte que servia de
passagem sobre o rio Este.
A capela, devotada “ao Bautista” - como no-lo
comprovam crónicas setecentistas - apesar de
algumas infundadas dúvidas colocadas sobre a
titularidade do orago, detinha outras destacadas
devoções como é o caso de Nossa Senhora do
Parto ou de São Cristóvão. Mais tarde acabariam
por incorporar-se as devoções a Santa Felicidade
e ao Senhor da Saúde, outrora nas Carvalheiras.
Enriquecida em 1919 com alguns elementos do
demolido Convento dos Remédios, a Capela de
São João da Ponte viu surgir no seu entorno o primeiro parque urbano de Braga.
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