quarta-feira, 30 de outubro de 2013

+ CULTURA: roteiro pela Braga Desaparecida



As associações Braga + e JovemCoop juntaram-se num percurso para falar aos bracarenses acerca do património que foi desaparecendo ao longo dos tempos.
Esta iniciativa, que decorreu durante a manhã de sábado, foi orientada conjuntamente por Rui Ferreira e Ricardo Silva, e contou com a participação de perto de uma centena de pessoas.
A caminhada iniciou-se na praça da República, local onde foi recordada a memória da capela de Santana, que deu nome à praça durante quase quatro séculos, e também do teatro de S. Geraldo e da sede do Banco do Minho, localizados outrora no mesmo espaço em que está hoje o Banco de Portugal e a Caixa Geral de Depósitos, respetivamente.
No Campo da Vinha, os participantes ouviram falar da capela da Senhora do Amparo, demolida no final do século XVIII, mas também do Seminário de S. Pedro, fundado por D. Frei Bartolomeu dos Mártires em 1561 no rescaldo do concílio de Trento e que ocupou, até final do século XIX, quase todo o lado sul desta praça.
Seguiram-se abordagens sobre a antiga capela do Paço dos Arcebispos, desmantelada em 1921, sobre o mercado municipal que se levantou na praça do Município entre 1914 e 1955 e, ainda, a respeito da capela de Santo António da Praça, demolida em 1949 para dar lugar à rua Eça de Queiroz.
Durante o percurso foram ainda recordadas as portas do Souto, da Ajuda, de S. João e da Cividade, que integravam o circuito medieval de Braga e foram sucumbindo ao sabor dos ímpetos modernistas dos políticos bracarenses de oitocentos.
Os destaques da manhã foram a recordação do castelo de Braga e do convento dos Remédios, os mais polémicos processos de eliminação patrimonial levados a cabo no início do século XX.
Houve ainda tempo para abordar a contemporaneidade, nomeadamente as lamentáveis perdas dos vestígios arqueológicos da praia das Sapatas, casa das Piscinas e, também, da seiscentista rua dos Granjinhos.
O próximo percurso está marcado para o dia 23 de novembro com uma caminhada que vai abordar o legado do arquiteto bracarense Carlos Amarante. Entretanto, na próxima sexta-feira, a partir das 21h15, a Braga + organiza um debate público sobre reabilitação urbana, no auditório da Associação Comercial de Braga.

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