quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Apresentação pública da Associação Braga+

@Rui Pinheiro
A 21 de outubro, foi apresentada à cidade a Associação Braga+ (Cultura, Património e Cidadania). Do alto da Torre de Menagem emanaram grandes ideias e muitas vontades de trabalhar em prol da nossa cidade! 

"Iniciamos oficialmente este projecto, denominado Braga +, num local emblemático da nossa cidade: a torre de Menagem, encontrados 193 metros acima do nível do mar, 30 metros acima do solo e numa localização estratégica sobre o antigo circuito medieval. Quisemos começar aqui no preciso lugar da história, bem próximos do coração da nossa cidade, a mesma que nos toca, nos move o afecto e nos faz estar aqui hoje reunidos.

Nesta torre, outrora sede da nossa defesa colectiva, propomos-nos carregar sobre os ombros a responsabilidade de uma cidadania activa, não nos negando ao protagonismo a que qualquer cidadão deve aspirar numa sociedade democrática.

Estamos certos que a nossa palavra e intervenção serão agentes efectivos de sensibilização e mudança, num tempo decisivo para a definição do papel do nosso município no contexto regional e nacional. Seremos intérpretes inegáveis de uma geração cada vez mais consciente da valia do seu passado, que aspira a mais, e que sabe que pode alcançar esse mais com o seu esforço e empenho."

Não nos une a visão económica da sociedade, os credos religiosos, ou as sensibilidades partidárias. Não nos une a idade, o género, ou a área de formação. Também não nos une o clube de futebol, as opções profissionais ou os grupos dos quais fazemos parte. Une-nos sim uma cidade e o seu futuro. E esta unidade e procura de objectivos comuns tem um nome concreto: Braga! Nesse sentido deixaremo-nos guiar por um trinómio de actuação: cultura-património-cidadania."

Queremos uma Braga com Mais Cultura! Não nos limitaremos a questionar. Não nos inibiremos também de fazer sugestões para melhorar a qualidade do que já de bom se realiza em termos culturais no nosso município. Procuraremos sim, sermos nós também promotores de cultura, patrocinando percursos pelo património, prelecções sobre a história local, debates sobre o destino a dar a imóveis de singular valia, ou não nos inibindo de buscar parcerias para fazer realidade – já em 2013 – o sonho de um Festival Barroco. Seremos fazedores de cultura, conscientes que estamos da necessidade de não apenas exigir aos poderes públicos o acesso à mesma, mas certos que também podemos dar o nosso contributo. Qualquer cidade que pretenda afirmar-se na Europa só o pode fazer se apostar claramente na cultura. E nós daremos, para tal, o nosso humilde contributo.  

Queremos uma Braga com Mais Património! Braga é daquelas cidades que não se pode descrever. Ama-se e pronto! Os bracarenses amam genuinamente a sua cidade e têm sido capazes de se tornar cada vez mais adeptos do seu passado e da sua identidade. Talvez por vivermos imersos numa sociedade pós-moderna, que frequentes vezes se sente privada de referenciais e fundamentos, a necessidade de preservar o património cultural e intangível tornou-se uma prioridade. Braga é hoje uma cidade de património. Não, porventura, pelo zelo dos poderes públicos na preservação ou valorização do património, muito menos pelo facto de termos sabido respeitar sempre o legado do nosso passado. Braga é uma cidade do Património devido à evidência do zelo apaixonado dos bracarenses por aquilo que é genuinamente seu, pela sua vontade inexorável de conhecer melhor a sua identidade e pela sua atitude férrea e persistente na defesa do seu património cultural.

Queremos uma Braga com Mais Cidadania! Por último, mas sem menor importância, cabe-nos patrocinar a cidadania, vector essencial da sociedade democrática e ícone da participação dos cidadãos nas decisões que os implicam. Não temos pretensões de sermos decisores do que quer que seja, mas temos a ambição controlada de auxiliar, com a nossa voz e reflexão a pensar novas soluções para as questões comunitárias e a sugerir ideias que podem ser fundamentais para o nosso futuro.

O nosso sonho: a constituição de um museu da cidade de Braga. Não é algo de inédito, dado que Braga já teve uma espécie de museu da cidade nos primórdios do Museu D. Diogo de Sousa. Esta ideia nasce do imperativo de divulgar a riqueza de uma história com dois mil anos, por onde passaram diversos povos e culturas que deixaram bem vincadas as suas marcas. Os bracarenses só poderão perceber a sua identidade se acederem à sua história. 

Amigos e amigas, bracarenses de boa vontade, este projecto é para vós e vai ser aquilo que cada um de nós quiser que ele seja. Não é por nós que o fazemos, mas sim pelos bracarenses do futuro, por aqueles que ainda não nasceram, que ainda não entenderam a importância do berço que o destino lhes doou e que antecipadamente são convidados a soletrar esta palavra que nos faz propulsar o coração: Braga! Se hoje aprendermos a valorizar e a conservar – sem nenhum de tipo de arcaísmo ou imobilidade – a memória da comunidade humana à qual pertencemos, poderemos dizer que cumprimos a nossa responsabilidade.

Que diria o notável Arcebispo D. Diogo de Sousa perante a nossa intenção de salvaguardar-lhe a memória e de recordar a Braga do seu tempo? Que reacção teria o pequenino D. Rodrigo de Moura Telles, vendo-nos aqui abismados perante a sua suprema ideia de dar a Braga e ao mundo um ex-libris raro, como é o Bom Jesus? Que desenhos faria André Soares diante da tamanha admiração que hoje lhe granjeamos e perante o nosso compromisso em elevar um barroco que, pelas suas mãos, ousou chamar-se bracarense?

O que desejamos é uma Braga que sabe potenciar os seus recursos, que valoriza o património legado pelas diferentes eras que atravessou, uma cidade que se orgulha do seu passado, que o conhece e valoriza, e que o sabe mostrar ao resto do mundo. Uma Braga + culta, + participada e com + identidade! " 
Braga, aos 21 dias de outubro do ano 2012 da era cristã
Rui Ferreira

Rui FerreiraProf. Miguel BandeiraRicardo Silva e Carlos Santos


1 comentário:

  1. Votos de sucesso. Braga necessitava de uma instituição com os objectivos que se propõem almejar. Vou acompanhar atentamente.
    Cumprimentos,
    BMM

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