quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

+ CIDADANIA: Memórias de Braga: Santos da Cunha

Correio do Minho, 19 de Novembro de 2019


A Braga Mais organiza desde há seis anos um ciclo de sessões intitulado “Memórias de Braga”. Cada conversa, que se quer informal, anda à volta de um ou mais convidados que recordam personalidades, ofícios ou momentos relevantes do quotidiano bracarense. Luís Costa, Victor de Sá, Malas Ferreira, Viriato Nunes, Chapelaria, Nogueira da Silva, entalhadores, entre muitos outros, foram recordados nestas sessões. O objetivo é mesmo o de conversar, público e convidados, no sentido de partilhar e construir memórias sobre a cidade.
Uma das primeiras sessões deste ciclo, realizada a 11 de novembro de 2013, foi dedicada a António Maria Santos da Cunha, tendo tido como convidado o seu ex-secretário pessoal, Henrique Pereira.
António Maria Santos da Cunha, nasceu na freguesia da Sé a 10 de Novembro de 1911, filho de Sebastião Santos da Cunha e de Libânia de Jesus Fernandes Cunha, tendo casado com Rosa Mendes Santos da Cunha.
Bairrista exacerbado, Santos da Cunha é reconhecido pelo seu fervor apaixonado a todas as causas da cidade de Braga. Comerciante de profissão, cedo se envolveu em inúmeras instituições da cidade, nomeadamente no Grémio do Comércio, Sindicato dos Caixeiros e Comissão de Festas de São João. Foi presidente da Câmara Municipal de Braga entre 1949 e 1961, período no qual foi lançado o plano de urbanização do sul da cidade e a Rodovia. Homem reconhecidamente ligado ao Estado Novo desempenhou ainda os cargos de deputado à Assembleia Nacional, Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso e Governador Civil de Braga.
Durante o ser percurso, foram incontáveis todas as suas participações em instituições e associações culturais, de entre outras: Real Academia Galega, Academia das Ciências Sociais e Políticas de São Paulo, Sociedade Martins Sarmento, Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto, Associação Jurídica de Braga ou a Sociedade Histórica da Independência de Portugal.
Deu o seu grande contributo como provedor da Misericórdia na ampliação do Hospital de São Marcos e na construção do Centro de Recuperação e Ortopedia. No desporto é de salientar o seu forte empenhamento na construção do Estádio 28 de Maio e no apoio entusiástico ao Sporting Clube de Braga.
António Maria Santos da Cunha era conhecido como um homem de fibra, de coração e muita inteligência. Um dia recebeu em audiência dois irmãos que o “combatiam fortemente”. Tendo sido chamado à atenção de quem eles eram, respondeu: “Eu sei que dizem mal de mim, que são meus inimigos, mas … são dois bracarenses, e isso é que conta”.
Faleceu a 26 de Março de 1972, em plena Semana Santa, tendo despertado inúmeras manifestações de pesar. O seu préstito fúnebre foi acompanhado desde a Igreja do Hospital por várias dezenas de milhares de pessoas. Durante o cortejo fúnebre, quatro aviões do Aero-Clube de Braga sobrevoaram-no, lançando flores sobre a urna.
Os seus sobrinhos D. Maria Manuela Santos da Cunha Quintas e José Joaquim da Cunha Nicolau, ofereceram parte do seu espólio à Santa Cada da Misericórdia de Braga, perpetuando a sua memória e legado.

Fernando Mendes
Vice-Presidente da Braga Mais

+ CIDADANIA: A geração que ama Braga

Correio do Minho, 22 de Outubro de 2019


Assim titulava o Correio do Minho, na sua edição de 22 de outubro de 2012, a apresentação pública da associação Braga Mais, nascida sob os auspícios de um grupo de bracarenses apaixonados pela sua cidade. Hoje, ao iniciarmos esta parceria, que agradeço na pessoa do Diretor do Correio do Minho, não poderia deixar de remeter para esse momento de enorme significado, que decorreu simbolicamente no alto da Torre de Menagem, no qual traçamos as linhas orientadoras da nossa missão.
Foi, precisamente, no baluarte essencial na defesa de tão augusta urbe, que nos propusemos iniciar um projeto de cidadania e intervenção, que fundamentalmente ia de encontro a um interesse pelo património e pela cultura manifestado crescentemente pelos bracarenses.
A salvaguarda da memória através da valorização e divulgação dos diversos patrimónios acumulados foi sempre o nosso objetivo primordial. Percebemos a memória coletiva como fator primordial de coesão social, além de responsável pela criação de uma comunidade afetiva (Pollak, 1989). O reforço da coesão social de que o património pode ser agente permite-nos um vínculo mais efetivo ao grupo no qual nos inserimos.
Uma comunidade sem alma, sem memória e sem história não sobrevive ao futuro e está condenada a circular como diletante pelos caminhos do mundo, sem transportar horizonte e desprovida de qualquer anseio. Não queremos isso para Braga! Estamos certos que a nossa palavra e intervenção são agentes efetivos de sensibilização e mudança. Somos intérpretes inegáveis de uma geração cada vez mais consciente da valia do seu passado, que aspira a mais, e que sabe que pode alcançar esse mais com o seu esforço e empenho.
Da mesma forma, a nossa missão confirma a cidadania ativa a que todos somos chamados nas sociedades hodiernas. Sublinhamos, neste âmbito, a visão de Michel Foucault sobre o nível molecular de poder que nos assiste. A cidadania não é mais do que a consciência de que cada um de nós possui um certo nível de poder na cadeia social em que se insere. Apesar de muitas vezes estarmos distantes do centro de decisão, ou termos a consciência de que somos apenas comandados, existe sempre a possibilidade de exercer uma certa influência sobre a sociedade, particularmente quando vivemos inseridos num regime democrático. Por mais deficiências que o exercício democrático revele, ou mesmo que se viva num regime autoritário, cada cidadão tem sempre a possibilidade de se manifestar, de diversas formas, e dessa forma influenciar as decisões. Provamos, ao longo destes anos, que é possível fazer valer a nossa voz no seio da comunidade em que nos inserimos.
Cada tempo tem as suas preocupações e desafios, exprimindo-os de formas diversas relativamente ao passado. Por isso mesmo, deveremos estar sempre disponíveis para atualizar e rever as formas como desempenhamos a nossa missão. Ao cumprirmos sete anos de existência, queremos continuar a dar passos firmes na construção de uma comunidade mais consciente do seu valor.
Na Braga Mais não mudamos de ideias ou convicções. A nossa missão é Braga e a sua identidade e assim continuará a ser.


Rui Ferreira
Presidente da Direção da Braga Mais

Comemorações do 7.º aniversário da Braga Mais :: registos

Diário do Minho, 23 de Outubro de 2019
O Presidente da Assembleia Geral e o Presidente da Direção da Braga Mais na abertura da exposição do 7.º aniversário



Diário do Minho, 26 de Outubro de 2019
Correio do Minho, 26 de Outubro de 2019

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

BOAS FESTAS

A Braga+ deseja a todos os seus associados e amigos um Feliz Natal e um próspero Ano Novo!



sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

+ PATRIMÓNIO: Relembrando André Soares

As associações Braga + e JovemCoop organizam, no próximo dia 21 de Dezembro, sábado, mais um percurso pelo património bracarense, desta feita para assinalar os 250 anos da morte do arquiteto André Soares, que se cumpriram no passado dia 26 de novembro. 

A iniciativa tem início marcado para as 10h00, na Capela de Guadalupe, onde será possível vislumbrar uma das últimas obras do artista - o retábulo-mor de Guadalupe - recentemente recuperada.

O objetivo desta visita guiada é dar a conhecer algumas das obras concebidas por André Soares na cidade de Braga. 

Nesse sentido, esta visita guiada irá permitir observar a Capela de Nossa Senhora Aparecida que se esconde na Basílica dos Congregados, e conta ainda com passagens pela Casa Rolão, Palácio do Raio, Capela de São Bentinho e Oratório da Senhora da Torre. A visita culminará na Praça Municipal, onde se podem admirar duas das principais obras concebidas por André Soares.

Esta iniciativa tem um teor solidário, já que os participantes são convidados a trazer garrafas de azeite, que serão posteriormente doadas à Comissão Social de S. Victor com o escopo de compor os cabazes de Natal que são entregues às famílias mais carenciadas. Trata-se de uma forma das associações se agregarem à Missão Põe Azeite 2019 que tem sido levada a cabo pelo Grupo Coral de Guadalupe.

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

+ PATRIMÓNIO: Visita Guiada ao antigo Convento da Conceição



A Braga + promove este sábado uma visita guiada ao antigo Convento da Conceição, atual Instituto Monsenhor Airosa, com o propósito de dar a conhecer a história daquela que foi uma das mais relevantes edificações conventuais da cidade de Braga.

A Braga + pretende com esta iniciativa alertar a sociedade civil para a importância da criação de um centro interpretativo naquele espaço, que se destaca do ponto de vista histórico, religioso, patrimonial, mas também no âmbito da história social e da arqueologia industrial.

A visita guiada decorre a partir das 10h00 deste sábado, 23 de novembro, não necessitando de qualquer inscrição prévia. O ponto de encontro será no Largo de Santiago.

O antigo convento de Nossa Senhora da Conceição, hoje Instituto Monsenhor Airosa (IMA), é uma das edificações religiosas mais importantes da cidade de Braga. Localizado na antiga rua dos Pelames, foi fundado em 1625 para albergar as religiosas conceicionistas. A igreja é o grande destaque da edificação conventual e data de 1728. Tem uma fachada lateral onde apenas se destaca a zona frontal do pórtico. O plano do templo saiu das mãos de Manuel Fernandes da Silva, e no seu interior encontra-se um belíssimo conjunto do período nacional do barroco, onde se destacam a rica decoração em talha dourada, do retábulo-mor e retábulos laterais, o púlpito e o órgão. Para além da igreja, a visita inclui passagens pelo coro alto, mirante, claustro e cerca, estando ainda prevista a observação da oficina de teares, um exemplar único do património industrial bracarense.

Esta iniciativa integrará também uma visita à exposição comemorativa dos 150 anos do Colégio da Regeneração, atualmente a decorrer.

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

+ PATRIMÓNIO: Braga Assombrada


O dia 31 de outubro, o chamado Dia das Bruxas, é uma data frequentes vezes associada a superstições e vivências paranormais. Em Braga não faltam histórias que abonam a existência de fenómenos sem explicação, boatos de estranhos ruídos associados a habitações de grandes dimensões e incomensurável valia de âmbito patrimonial.

De forma a explorar a história do Palácio dos Biscainhos, as associações Braga + e JovemCoop vão organizar, no próximo dia 31 de outubro, mais uma edição da Braga Assombrada, uma visita noturna a um dos edifícios mais significativos do património bracarense. O ponto de encontro é às 21h30, junto à entrada principal do Museu dos Biscainhos.

Durante a visita vamos ficar a conhecer as personagens mais relevantes que fizeram parte da história do Palácio dos Biscainhos, que se vão apresentar de forma criativa e adequada ao dia.

O Museu dos Biscainhos está instalado num palácio fundado no século XVII e continuamente construído ao longo do século XVIII. Durante cerca de três séculos foi habitação de uma família nobre (condes de Bertiandos), transformando-se em Museu público a 11 de Fevereiro de 1978.