Foi da Confiança e com confiança no
futuro que ontem se debateu a antiga saboaria instalada na Rua Nova de
Santa Cruz. O mote do 2º debate promovido pela associação Braga+ estava
dado e foram muitos aqueles que quiseram envolver-se na discussão de um
património municipal que não tem, pelo menos para já, futuro definido.
No final do debate, onde a opinião da sociedade se foi revelando em
alguns momentos, Vitor Sousa, vice-presidente do executivo municipal e
um dos oradores, salientou a importância do imóvel para um pensamento
distinto daquela zona da cidade.
“Só o facto de hoje termos a Confiança já nos leva a discussões
laterais extremamente importantes no quadro do planeamento e do
urbanismo, que é a questão de mantermos um eixo de modos suaves em
termos de acesso entre a Universidade e o centro da cidade”.
Vitor Sousa avança o que projecto que tem pensado para o local e que irá incluir na sua candidatura.
“Eu tenho análises feitas, sob o ponto de vista técnico não tenho nada
fechado, mas tenho o privilégio de ter alguns dados técnicos. E o que
tenho é que como nós temos uma infra-estrutura na Avenida Júlio Fragata
já muito rebaixada por causa do nível friático da cota do rio Este, é
uma obra mais sensata, mais fácil e mais barata prolongar ligeiramente
para a frente da rua Nova de Santa Cruz o túnel já existente e fazer a
parte de cima toda em área de travessia pedonal”.
Também do lado da Coligação Juntos por Braga, a ligação à Universidade é
praticamente um compromisso. Ricardo Rio fala numa solução estratégica.
“A solução mais estratégica do ordenamento da própria cidade, no caso
concreto foi já reconhecido em diversas ocasiões, neste momento a cidade
está fracionada e separada por via da Avenida Padre Júlio Fragata e
aquilo que ficou aqui de certa forma consensualizado, de forma quase
inesperada, é que no próximo mandato iremos tentar construir uma solução
de continuidade pedonal entre a Rua Nova de Santa Cruz e a Rua D. Pedro
V que volte a ligar a Universidade à malha urbana central. Parece-me
que isso é algo extremamente pertinente e deve ser uma aposta do próximo
executivo”.
O espaço de co-working será uma realidade no futuro da Confiança, tal
como sucede no GNRation, mas Vitor Sousa identifica uma
complementariedade entre este espaço e o do Campo da Vinha.
“O registo do GNRation é virado para este espaço de partilha, de ninho
de empresa, de incubadora mas numa área das indústrias criativas, da
arte, do design e o outro é o mesmo modelo, e aí pode haver uma
complementariedade interessante, mas numa área completamente distinta,
com a mesma base, mas para a ciência, tecnologia, inovação e muito
direcionado àquilo que é o factor do próximo quadro comunitário da
agenda 20-20”.
Já Ricardo Rio, parece partilhar do mesmo ideal. “São manifestamente
complementares, é assim que eu os entendo. Aliás, o GNRation caso venha a
preservar a traça que nós incutimos no início quando se discutiu a
própria aquisição do edifício da GNR, será uma estrutura
predominantemente mais cultural e ligada às indústrias criativas. Aqui
há a possibilidade de compartimentação para projetos de outra natureza,
mais ligado às nanotecnologias e a outros desenvolvimentos científicos
ligados à Universidade do Minho. Julgo que são, claramente, estruturas
complementares”.
Vítor Sousa avançou também que este projecto deve agora ser maturado e
estar pronto até ao final do mandato para que o próximo executivo possa
trabalhar no mesmo e adaptá-lo em função do quadro comunitário de
apoios.
Da mesma opinião partilha o líder da Coligação Juntos por Braga que
adiantou que a prioridade do projeto, terá obrigatoriamente de ser
concretizado no próximo mandato, acautelando os financiamentos para o
projeto. “Julgo que até ao início de 2014 o próximo quadro comunitário
estará clarificado na suas orientações e nas prioridades em termos de
investimento. Portanto, temos aqui sensivelmente nove meses que também
coincidem com o encerramento deste mandato, com o arranque do próximo
para podermos, inclusivamente, enquadrar nas próximas opções do plano da
câmara municipal, que serão discutidas no final deste ano”.
Quanto ao projeto, em si, Ricardo Rio adianta que haverá sempre geração
de emprego. “Qualquer financiamento comunitário de um projeto, um dos
primeiros requisitos que exige é que vai ter de gerar emprego, portanto o
Espaço Confiança vai ter de gerar emprego, seja ou não financiado. Acho
que nesta matéria, a questão da incubação de empresas é também um
veículo muito importante para a criação de oportunidades de emprego e de
criação de novos negócios que Braga tem que cultivar de uma forma
massificada em ligação à UMinho, ao INL e a todo o espírito empreendedor
que existe neste momento na cidade e que não tem essa oportunidade de
expressão”.
Palavras de Ricardo Rio sobre um tema que diz, estar a “apaixonar a
cidade”, garantindo que as iniciativas de debates promovidas pela Braga+
“são uma ajuda para melhorar a própria gestão municipal”.
notícia RUM retirada daqui
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