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Diário do Minho, 08/03/2013
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Correio do Minho, 08/03/2013
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Correio do Minho, 08/03/2013
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O projeto de reconversão
da antiga saboaria e perfumaria Confiança tem comprometida a comparticipação
comunitária ao nivel do financiamento.
Esta ideia foi defendida
pelo vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região
Norte (CCDR-N), Carlos Neves, intervindo como convidado da segunda sessão deste
debate público, promovido na passada quarta-feira, pelas associações JovemCoop
e Braga +.
«As más notícias são que,
no âmbito do atual Quadro Estratégico de Referência Nacional (QREN) não há
dinheiro», afirmou este responsável, completando que poderão, no futuro,
existir «outras oportunidades».
Salientando que o
problema «não é o financiamento do projeto», mas sim «a visão estratégica»,
Carlos Neves lembrou que «é importante selecionar prioridades» na futura
utilização do edifício e não tentar «inserir demasiadas valências», como as que
são sugeridas pelas propostas vencedoras do concurso de ideias.
Num debate realizado no
auditório do Mercado Cultural do Carandá e que complementou o primeiro debate
que decorreu a 16 de janeiro, o vice-presidente da CCDR-N confessou que «não
tem que se fazer tudo à primeira», mas que o projeto «pode ir sendo pensado»
adequando-o à sua «auto-sustentabilidade».
«Para que a Confiança não
se torne um mau investimento, temos que enquadrar isto naquilo que é a política
que queremos para a cidade de Braga», acrescentou, destacando que «qualquer
euro mal gasto é um mau investimento».
«Há vida para além do
QREN», acrescentou.
Num debate, que contou
com a presença de mais de uma centena de bracarenses, entre os quais muitos
responsáveis políticos, membros de associações e arquitetos, o Vítor Sousa sublinhou
o «interesse que este processo suscitou na população bracarense» e o «clima de
discussão e participação» atestado pela realização destes debates.
«Este projeto é para
andar para a frente com fundos ou sem fundos», garantiu o vice-presidente da
autarquia.
Reconhecendo que, «neste
momento não há recursos públicos para financiar projetos relativos à cultura», Vítor
Sousa defendeu que poderia ter mais «garantias de financiamento».
«A Câmara não perdeu a
oportunidade do QREN. O QREN é que se esvaiu numa reprogramação estratégica»,
salientou, respondendo às críticas sugeridas pela lentidão deste processo.
Sugerindo que uma das
intenções da autarquia «é ter um espaço multiusos que permita realizar
exposições de arte contemporânea» integrado no projeto destinado à antiga
saboaria, que vai incluir ainda áreas comerciais, de empreendedorismo, e um
espaço museológico, o candidato às próximas autárquicas sublinhou que o próximo
passo é o lançamento de «um concurso de arquitetura assessorado pela Ordem dos
Arquitetos da região Norte».
Câmara de Braga deve
dar uso ao edifício
Pronunciando-se como convidado
deste debate, Ricardo Rio reconheceu que «ainda há uma pluralidade de opiniões
quanto às soluções a adotar», destacando a necessidade de «consensualizar»
todas as propostas apresentadas pelos vencedores do concurso de ideias
realizado há sensivelmente um ano.
«Não fazemos depender do
financiamento comunitário o avanço dos projetos», referiu, salientando que é
importante implicar outras instituições na definição da solução a adotar, dando
o exemplo da Universidade do Minho, «que não foi implicada desde o início neste
processo», ao contrário «do que acontece em Guimarães».
Ressaltando que a
autarquia deve dar uso imediato ao edifício, independentemente das soluções a
adotar no futuro, o líder da coligação Juntos por Braga, lamentou ainda que
tenha sido perdido «muito tempo» neste processo e uma «janela de oportunidades»
em termos de financiamento.
Em jeito de crítica,
Ricardo Rio recordou que «não faz sentido» prever a construção de um Centro de
Ciência Viva na antiga fábrica, tal como defendem dois dos projetos vencedores
do concurso de ideias, quando «está previsto o mesmo projeto para o Instituto
Ibérico de Nanotecnologia».
Esta opinião é partilhada
por Miguel Bandeira, também convidado para este debate, que fortaleceu que
Braga não deve repetir projetos já existentes em cidades próximas.
«Deveria haver uma maior
articulação nos investimentos, de forma a não repetir equipamentos próximos uns
dos outros», acrescentou este investigador da Universidade do Minho,
sublinhando que a sua participação no debate se fazia a título individual.
Segundo o antigo
presidente do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho, o grande
destaque deste processo de reconversão da antiga fábrica Confiança é o facto de
ser «consensual» do ponto de vista político, «situação não habitual».
Salientando que a
localização da antiga fábrica junto à área de influência da universidade «não
pode ser esquecida» nas soluções a adotar, o geógrafo alertou para o risco de
transformar o projeto numa repetição do que já foi alcançado com o projeto do
“GNRation”.
«Não fazia sentido criar
uma espécie de ”Confidence II”, para fazer contraponto ao ”GNRation I”»,
gracejou.
A urgência de ligar a
cidade à universidade
Outro dos assuntos
abordados neste debate, que contou com
intervenções do público presente, foi a necessidade de eliminar a barreira que
existe entre o centro histórico e a “cidade universitária” de Gualtar.
Esta necessidade foi
fortalecida em uníssono por todos os convidados, tendo suscitado algumas
sugestões para restabelecer a ligação entre a rua D. Pedro V e a rua Nova de
Santa Cruz, que atualmente se encontram “cortadas” pela avenida padre Júlio
Fragata.
Vítor Sousa sugeriu como
solução o «prolongamento do túnel» da rotunda das piscinas, solução corroborada
pelo outro candidato a ocupar a cadeira de Mesquita Machado a partir de outubro
próximo, Ricardo Rio.
«Está criado um consenso
alargado a três forças políticas para, independentemente de quem ganhar as
eleições, voltar a ligar a rua D. Pedro V à rua Nova de Santa Cruz», garantiu o
líder da coligação Juntos por Braga, referindo-se à abertura manifestada pelo
candidato da CDU, Carlos Almeida, na sua intervenção.
A próxima iniciativa
deste género, organizada em conjunto pela JovemCoop e Braga +, vai decorrer no
dia 11 de abril e terá como mote a conservação e valorização do complexo
monumental das Sete Fontes.
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