domingo, 21 de abril de 2013

+ PATRIMÓNIO: caminhada às Sete Fontes



Algumas dezenas de bracarenses partiram ontem à descoberta do complexo eco-monumental das Sete Fontes, na sequência do debate público promovido na passada quinta-feira.
Numa iniciativa promovida conjuntamente pela Braga + e pela JovemCoop, os participantes foram chamados a conhecer um pouco mais da história do mais recente monumento nacional da cidade de Braga e a apreciar o cenário natural e o manancial de água presente nesta estância bracarense. 
Uma das ideias veiculadas durante esta visita, foi a vontade dos bracarenses em fazerem das Sete Fontes «um legado para o futuro de Braga», através da transformação deste espaço «num grande parque urbano».
Um dos defensores desta ideia foi Ricardo Silva que, no arranque desta caminhada iniciada no largo da Senhora-a-Branca, recordou aos particpantes a importância de «uma cidadania ativa» nos processos de «salvaguarda e proteção do património».
«Se cada um de nós se unir em torno de uma causa, podemos alcançar grandes feitos, como é o caso das Sete Fontes», acrescentou o coordenador-geral da JovemCoop, sublinhando que este complexo, «mais do que um bem patrimonial», é um «bem ambiental».
Esta iniciativa, que decorreu durante a manhã de ontem, incluiu a visita ao interior das minas onde surge o manancial de água das Sete Fontes, sistema de abastecimento mandado reformular pelo arcebispo D. José de Bragança em meados do século XVIII.
Seguindo o percurso da via romana XVII, que ligava Bracara Augusta a Astorga, os caminhantes puderam ainda perceber um pouco da história de S. Victor junto ao Areal de baixo, local onde este mártir bracarense, do século III, terá nascido.
Para além da participação de alguns membros da Juventude Social-democrata de Braga, foi notada a presença de Hugo Pires, vereador responsável pelo pelouro do urbanismo.
Chamado a pronunciar-se no encerramento da caminhada, o vereador da Câmara Municipal de Braga reforçou a ideia veiculada no debate público promovido pela Braga + e JovemCoop, de que a variante à EN 103 não atravessará os terrenos onde assenta as Sete Fontes.
No arranque da caminhada, o presidente da Junta de Freguesia de S. Victor, Firmino Marques, fez questão ainda de saudar as associações promotoras de mais esta iniciativa de sensibilização para com o património da freguesia.
Entretanto, no próximo dia 18 de maio, as duas associações voltam a unir-se num percurso pelo património romano de Bracara Augusta.

sábado, 20 de abril de 2013

+ CIDADANIA: o debate público "Dia Mundial das Sete Fontes"



A Câmara Municipal de Braga desistiu da construção de uma variante, na qual estava prevista a passagem sobre os terrenos onde assenta o complexo eco-monumental das Sete Fontes.
Esta ideia foi defendida pelo vereador responsável pelo pelouro do urbanismo, Hugo Pires, intervindo como convidado em mais um debate público promovido, na passada quinta-feira, pelas associações JovemCoop e Braga +, que tinha como tema o monumento que mais mobilizou os bracarenses no último século. 
«Posso garantir que a variante de acesso à Estrada Nacional 103 não vai passar pelas Sete Fontes», afirmou este responsável, completando que «se não houver alternativa» a este traçado, o projeto  poderá mesmo «ser abandonado».
Hugo Pires: «Se fosse hoje estaria mal permitir a construção nas Sete Fontes»
Salientando que a intenção da autarquia é «impermeabilizar o menos possível o solo das Sete Fontes», o vereador que assumiu, desde 2009, a pasta do urbanismo não conseguiu garantir que não haverá mais construções nos terrenos onde assenta as Sete Fontes.
«Estamos empenhados em reduzir ao máximo a capacidade construtiva», asseverou, perante as muitas questões que lhe foram endereçadas.
Num debate que lotou o auditório da Junta de Freguesia de S. Victor, Hugo Pires confessou ainda que a autarquia «esteve mal» ao permitir a urbanização naqueles terrenos, ocorrida aquando da revisão do Plano Director Municipal em 2001.
«Hoje, à luz do que sabemos hoje, penso que era desnecessário», admitiu, reconhecendo publicamente, pela primeira vez, o erro da autarquia na classificação dos terrenos das Sete Fontes como solo urbanizável.
Este responsável autárquico aproveitou ainda a oportunidade para anunciar a intenção da Câmara Municipal de Braga em adjudicar quatro grandes áreas verdes na zona urbana, nomeadamente criando um parque verde nas Sete Fontes e um outro, que está em estudo, «entre Lomar e Ferreiros».

Firmino Marques: «Não pode haver inocentes na questão das Sete Fontes»
Um dos nomes mais sonantes pela preservação das Sete Fontes, Firmino Marques, foi também interveniente na mesa de discussão de um debate moderado pelo coordenador-geral da JovemCoop, Ricardo Silva. 
Para o presidente da Junta de Freguesia de S. Victor, o ano de 2001 «foi um momento chave para as Sete Fontes», salientando que foi «gravíssima a classificação dos terrenos das Sete Fontes como área urbanizável».
«Não pode haver inocentes na questão do desenvolvimento», atirou, deixando no ar uma crítica implícita à ação do executivo municipal.
O autarca recordou ainda que assumiu o policiamento do monumento, «sem ter essa competência», dada a «negligência» a que estava votado.
«Não sou um extremista das Sete Fontes, como alguns dizem. Sou um extremista de Braga e dos bons costumes», referiu ainda.
Firmino Marques defendeu também a necessidade de homenagear José Moreira, «um dos rostos pela defesa das Sete Fontes», que a Câmara Municipal de Braga tem rejeitado memorar.

Miguel Bandeira: «Trocava 10 Confianças pela reabilitação das Sete Fontes»
Convidado também para este debate, Miguel Bandeira, representante da ASPA, lamentou o facto das Sete Fontes «continuarem a aguardar proteção», estando sujeitas a «poluição», «vandalismo» e  «evidente degradação».
«Quem representa o interesse público deve tomar a dianteira na proteção e salvaguarda deste monumento», sublinhou, recordando que se trata de «um património que pertence a todos».
O geógrafo da Universidade do Minho fez questão de sublinhar, diversas vezes, os 18 anos passados desde o primeiro alerta dado em relação ao monumento.
«O grande problema é estarmos todos de acordo», referiu, mostrando a sua perplexidade pelo facto de as Sete Fontes estarem «cada vez pior» apesar desta unanimidade.
«Eu trocava 10 fábricas Confianças em troca da reabilitação das Sete Fontes», acrescentou.
No início do debate público, realizado no mesmo dia em que se assinalava o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, Miguel Bandeira foi agraciado com o título de sócio honorário da Braga +.

Isabel Caldeira: «As Sete Fontes não podem esperar por decisões políticas»
Na qualidade de representante do movimento cívico dos peticionários pela salvaguarda das Sete Fontes, Isabel Caldeira lamentou o facto do processo das Sete Fontes não se apresentar como «transparente» aos olhos dos cidadãos.
«Se fosse um processo transparente, não deveriam ser colocadas as questões num debate público, mas olho no olho com as entidades implicadas na proteção das Sete Fontes», referiu.
Contradizendo a ideia veiculada por Hugo Pires de que a autarquia sempre quis proteger o monumento, a representante dos peticionários, que em 2010 conseguiram reunir cerca de seis mil assinaturas pela salvaguarda do monumento, expôs um relatório no qual a Câmara Municipal de Braga admitia que «outros objetivos transcendem a importância do próprio monumento».
Para Isabel Caldeira, «as Sete Fontes não podem esperar por mais decisões políticas», sublinhando que os cidadãos já estão «fartos» de «incêndios», «abates de árvores», «poluição» e «ameaças à integridade do monumento».

Interveniente neste debate, na qualidade de participante, foi Carlos Almeida, candidato da CDU à Câmara Municipal de Braga, que recordou que «o parque verde das Sete Fontes já esteve orçamentado e nunca foi feito».
Reconhecendo que «há culpas da Administração Central» quanto ao atual estado de conservação das Sete Fontes, o deputado municipal aproveitou a sua intervenção para sublinhar que «entre 1995 e 2001 o governo era socialista e nada foi feito».
Já para a vereadora do ambiente, Ilda Carneiro, os serviços camarários «têm prestado todo o auxílio possível à limpeza e manutenção das Sete Fontes», reconhecendo que os proprietários dos terrenos já foram notificados acerca da necessidade de efetuar a limpeza periódica dos espaços.
Intervindo também como participante no debate, Ricardo Rio preferiu sublinhar a «incoerência» da autarquia quanto ao anúncio de novos espaços verdes na cidade, recordando os «largos hectares de relvados sintéticos» construídos no município, em detrimento da construção de parques.
«Se o atual executivo sempre quis proteger as Sete Fontes, como veio hoje dizer, então porque até agora tinha a pretensão de construir uma variante que iria colocar em risco o monumento?», questionou ainda o líder da oposição camarária e candidato às próximas eleições autárquicas.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

+ Cidadania: Debate Dia Mundial das Sete Fontes


A Braga + e a JovemCoop realizaram, ontem à noite, mais um debate público, desta feita sobre o futuro do complexo eco-monumental das Sete Fontes.

A grande novidade da noite foi o anúncio, pelo vereador Hugo Pires, de que a variante que iria ser construída de acesso à EN 103 já não vai atravessar os terrenos onde assenta este monumento nacional.

Entre outros aspectos abordados, as associações cívicas presentes, nomeadamente a ASPA e os Peticionários pelas Sete Fontes, manifestaram a preocupação para com a construção nos terrenos adjacentes e a demora na salvaguarda do monumento.

Inédita, foi a assunção do erro da autarquia em 2001, quando os terrenos passaram de agrícolas a urbanizáveis. Hugo Pires admitiu que, se fosse hoje as coisas teriam sido diferentes.

O problema é sabermos porque é que efectivamente se libertaram aqueles terrenos para construção...

in "bragamaior.blogspot.com" .

+ Património: Assim falamos de Património

Esta conversa informal teve lugar no Estaleiro Cultural Velha-a-Branca

Ao longo de quase duas hora, o Estaleiro Cultural Velha-a-Branca acolheu a iniciativa conjunta da JovemCoop e Braga+ "Vamos falar de Património".

A convidada, a Professora Paz Benito del Pozo da Universidad de Leon, especialista em Património Industrial, partilhou a sua experiência e visão no que toca à recuperação de antigas fábricas e/ou pólos industriais, que representam, hoje em dia, um conjunto significativo do património das cidades.

A sua recuperação, a forma como pode ser intervencionado o edifício ou local, a lei e o sentimento de valorização e pertença de uma comunidade foram alguns dos tópicos abordados pela Professora Paz del Pozo, numa conversa moderada pelo Professor Miguel Bandeira.

A Fábrica Confiança, por ser um ícone expressivo do Património Industrial de Braga, foi o caso mais recorrente desta conversa, traçando paralelos com a Fábrica de Couros, em Guimarães.

A conclusão mais significativa desta conversa é que os cidadãos são os agentes e instrumentos mais fortes e poderosos para ajudar a redefinir a recuperação dos imóveis históricos industriais de uma cidade.

A todos os participantes o nosso muito obrigado!





terça-feira, 16 de abril de 2013

+ PATRIMÓNIO: Vamos falar de Património


Esta quarta-feira, dia 17, pelas 19h00, a JovemCoop e a Braga + vão promover uma tertúlia/conversa informal com Paz del Pozo,  Professora da Universidade de Léon, especialista na área do património industrial, por especial convite do Prof. Miguel Bandeira.

Este encontro, em forma de conversa servirá para partilhar experiências, falar de formas de actuação, entre outros assuntos.

Esta iniciativa vai decorrer na Velha-a-Branca e, dada a proximidade com o evento, gostaríamos de convocar todos os interessados nesta temática a participarem.

Porque nunca é demais falar de património!

terça-feira, 9 de abril de 2013

+ CIDADANIA - Comemorar o Dia Mundial das Sete Fontes



O futuro e presente do complexo eco-monumental das Sete Fontes vai dar o mote para o quarto debate público realizado pela associação Braga +. Esta iniciativa, realizada em conjunto com a JovemCoop Natureza e Cultura, vai decorrer no Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, 18 de Abril, a partir das 21h15, no auditório da Junta de Freguesia de S. Victor.

Os intervenientes convidados para este debate são o vereador Hugo Pires, na qualidade de responsável pelo pelouro do urbanismo da Câmara Municipal de Braga; Firmino Marques, Presidente da Junta de Freguesia de S. Victor e protagonista da preservação do monumento; bem como de Miguel Bandeira, representante da associação de defesa do património ASPA, e um representante do movimento cívico de Peticionários pela Salvaguarda das Sete Fontes, entidades que foram determinantes na classificação das Sete Fontes como monumento nacional.
 
Continuamos a aguardar respostas da Direcção Regional de Cultura do Norte e da empresa municipal Agere.

À imagem do que aconteceu nos debates promovidos, a Braga + e a JovemCoop pretendem contribuir para a clarificação do processo de preservação e valorização do monumento que mais mobilizou os bracarenses no último século.
 
Na sequência do debate público, dois dias depois, a 20 de Abril, vai ser promovida uma visita guiada às Sete Fontes, com início marcado para as 09h30 no largo da Senhora-a-Branca.

Venha comemorar connosco o Dia Mundial dos Monumentos e Sitios!

+ Cidadania! + Património!
 
As inscrições são apenas para a caminhada!!! (mas sugerimos que participem no debate)

domingo, 7 de abril de 2013

+ CULTURA: a porta rococó do antigo Paço Arquiepiscopal

Postal da Praça do Município nos finais do século XIX, percebendo-se, ao fundo, a igreja do Paço

Porta rococó da igreja do Paço (à esquerda), colocada junto à Biblioteca depois de 1921
Restos da porta rococó colocados no estacionamento da CMB, após serem retirados do Parque da Ponte em 2009
A igreja do Paço foi mandada construir pelo Arcebispo D. José de Bragança, aquando da edificação do seu novo palácio voltado à praça do Município. Provavelmente encomendada também a André Soares, como deixa entrever o traço do pórtico deste templo. Desmantelada em 1921, sem motivo aparente (republicanos anti-clericais...), dado que não foi afectado pelo grande incêndio de 1866, a igreja tinha torre sineira e uma interessante cúpula octogonal, rara na arquitectura religiosa bracarense.
A porta desta malograda igreja foi colocada no muro que delimitava a Biblioteca Pública, após o restauro levado a cabo pelo Estado Novo na década de 30. Possivelmente, para abrir a actual rua Eça de Queiroz, a porta foi desmontada e levada para o parque da Ponte.
Durante anos me habituei a ver estas elegantes pedras na zona interior do parque, sem nunca perceber o que ali faziam ou de onde provinham. Em 2009, após as obras de remodelação do parque, estas pedras foram levadas para o parque de estacionamento do Pópulo.

Não seria possível recolocar esta interessante porta rococó num espaço nobre da cidade? Ou, então, colocá-la novamente no parque da Ponte, talvez montada e com um painel interpretativo a recordar este monumento desaparecido de Braga?